Aplicativo que "muda foto de gênero" já foi acusado de roubar dados de usuários

O FaceApp é investigado pelo FBI por ter uma política de privacidade que permite coletar informações do usuário e usar da forma que quiserem

Imagem meramente ilustrativa do FaceApp / Google

Famosos e anônimos bombardearam as redes sociais nesse sábado e domingo (14) com fotos em que a pessoa aparece no gênero oposto e divertiram seus seguidores durante o final de semana. A transformação é feita pelo aplicativo FaceApp que já foi acusado de roubar dados de seus milhares de usuários.

Há menos de um ano, em julho de 2019, este mesmo app estava no topo da lista dos mais baixados na Google Play Store e na App Store, oferecia ao usuário que ele deixasse o rosto mais velho ou mais jovem e virou uma verdadeira febre. Porém, a segurança com relação aos dados do aplicativo foram colocadas em xeque por conta de dois documentos vagos que não ofereciam muito respaldo aos seus usuários, dando brechas para uso abusivo das fotografias por parte da empresa.

Alguns especialistas em segurança digital avaliaram que a política de privacidade não fornece informações de como realmente os dados do usuário são utilizados pela companhia. O aplicativo admitia que poderia coletar qualquer tipo de informação que ele próprio julgar conveniente, sem especificar quais ou de que forma serão usadas.

No sábado, fotos dos ex-participantes do Big Brother Brasil 20 circularam pelas redes sociais com seus respectivos gêneros trocados e foram até compartilhados por eles próprios. Por este motivo, a transformação ficou entre os assuntos mais comentados do dia no Twitter, o Trending Topics. 

Depois, vários outros artistas apareceram mostrando o resultado de suas fotos com os gêneros mudados Maisa Silva, Angélica, Flavia Alessandra, Mumuzinho, Scheila Carvalho, Vitoria Strada, entre outros famosos, mas ainda não há indicativos que provem que o app é seguro.

O FaceApp é de origem russa, já soma mais de 100 milhões de downloads somente na Google Play Store e foi alvo de discussões sobre privacidade e ciberespionagem, inclusive sendo investigado pelo FBI. As brechas encontradas na política de privacidade continuam do mesmo jeito:

"Usamos ferramentas de estatísticas de terceiros para nos ajudar a mensurar o tráfego e as tendências de uso do Serviço. Essas ferramentas coletam informações enviadas pelo seu dispositivo ou nosso Serviço, incluindo as páginas web que você visita, add-ons e outras informações que nos ajudem a melhorar o Serviço. Coletamos e usamos estas informações estatísticas com informações estatísticas de outros usuários, assim ela não pode ser usada para identificar qualquer usuário em particular."

Isso significa que, ao concordar com isso no momento de instalação, o usuário autoriza que o FaceApp e empresas parceiras possam coletar dados como o histórico de navegação na internet.

FONTE: Marie Claire
EDIÇÃO: Eduardo Machado

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