A hemodiálise é um processo que exige um volume massivo de água tratada para filtrar as toxinas do sangue
Por EDUARDO MACHADOPARNAÍBA-PIAUÍ
21h11. - Atualizada às 21h45.
O que deveria ser um procedimento de rotina para a manutenção da vida transformou-se em um cenário de angústia e incerteza para dezenas de famílias no litoral piauiense. Devido a uma interrupção crítica no abastecimento de água na região, nesta quarta-feira (24) o serviço de hemodiálise na Clínica de Nefrologia e Hemodiálise (Unirim) em Parnaíba foi severamente prejudicado, afetando diretamente o tratamento de mais de 90 pacientes renais crônicos.
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| Clínica de Nefrologia e Hemodiálise (Unirim). Foto: reprodução. |
A hemodiálise é um processo que exige um volume massivo de água tratada para filtrar as toxinas do sangue. Sem o abastecimento regular, as máquinas permanecem desligadas, e o tempo — que já é escasso para quem depende do equipamento — passa a ser o maior inimigo.
Para quem sofre de insuficiência renal, a interrupção do tratamento não é apenas um transtorno logístico; é uma ameaça vital. O acúmulo de líquidos e toxinas no organismo pode levar a quadros graves de falta de ar, hipertensão severa e até paradas cardíacas em questão de horas.
A clínica relatou, em nota (veja nota abaixo), a impossibilidade de operar as máquinas de filtragem. Segundo a Unirim, o desabastecimento acontece desde a manhã dessa terça-feira (23). Muitos pacientes, vindos inclusive de cidades vizinhas, deram de cara com o serviço de hemodiálise suspenso. A cada ciclo perdido, a saúde dos 90 pacientes debilitados degrada-se rapidamente.
"A hemodiálise não é um luxo, é a sobrevivência. Cada hora sem água é uma hora a menos de vida para esses pacientes." — Relato de um profissional de saúde local.
Em nota, a Águas do Piauí, responsável pelo abastecimento, informou que disponibilizou, de forma imediata, o serviço de carro-pipa com água potável. A oferta do serviço, no entanto, foi recusada pela clínica (veja nota abaixo).
Nota - Unirim
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Nota de esclarecimento - Águas do Piauí
A Águas do Piauí informa que a falta de água registrada em Parnaíba, a partir do dia 23 de dezembro, foi causada por instabilidade prolongada no fornecimento de energia elétrica, identificada durante a madrugada. As oscilações comprometeram sistemas essenciais de captação, tratamento e bombeamento de água, impactando temporariamente o abastecimento em diferentes pontos da cidade.
Considerando a natureza essencial dos serviços prestados pela Clínica de Nefrologia e Hemodiálise de Parnaíba (UNIRIM), a concessionária disponibilizou, de forma imediata, o serviço de carro-pipa com água potável, atendendo rigorosamente a todos os padrões de potabilidade exigidos pelos órgãos reguladores. A oferta do serviço, no entanto, foi recusada pela clínica.
Como ação preventiva para reduzir riscos operacionais neste período de maior consumo e recorrentes oscilações elétricas, a concessionária executa a Operação Águas no Litoral, com o uso de 12 geradores de energia. Os equipamentos operam preventivamente nas noites dos dias 24 e 31 de dezembro, em pontos estratégicos como captações e Estações de Tratamento de Água, garantindo a continuidade da operação.
A operação também inclui medidas que ampliam a produção de água em até 140 mil litros por hora e aumentam a capacidade de reservação em cerca de 1 milhão de litros, além do reforço das equipes de plantão para atuação imediata em situações emergenciais.
Canais de atendimento
E para esclarecer dúvidas da população e atender suas demandas, a Águas do Piauí conta com canais oficiais que funcionam 24 horas por dia, todos os dias da semana, através do 0800 223 2000, disponível para ligações telefônicas e mensagens no WhatsApp, além do aplicativo Águas App.

